sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Personartis

Assim se procedeu a conversa:

Eu sei... Buenos Aires q reflita sobre isso...
foi naquelas ruas q eu me sentia qdo a saudade de ti me corroía por dentro
eu imaginava o frio como uma bela paisagem e carregado das dores ele mesmo nem sabe porque provocar
entre o belo e a dor, a liberdade de está contigo onde quer que tua voasse..as coisas te chegam e te levam para lugares que eu mesmo duvido
e eu aqui te vendo de dedos livres e mãos atadas
sem saber qdo é que voltas
tenho medo de não me conheceres

Não pude deixar de me contentar em imensa alegria, quando da dor e do verbo nasceu o que chamo de personal-art, porque só assim colocamos certas coisas nos seus devidos lugares.

De Janaína Soul, a melhor escritora iniciante que eu conheço.

Soul- Do inglês, espírito, alma, essência, parte principal

Desculpe... ando meio desacreditada de mim.
Isso foi a primeira coisa que ela me disse depois de severas e curtas insistências. "Mas seu tivesse o dom dos meus grandes amigos, escreveria a solidão da madrugada de um andarilho urbano" Aí indaguei: Então escreva! O andarilho está frustrado simplesmente porque não está andando em lugar nenhum.
Gosto de suas personagens
elas me deixam mais perto do teatro
umas das minhas primeiras paixões...
me fale dela? Como vou falar dela quando falo com o desejo de minha propria inspiração?
Disso eu me assegurei que ela sabia. Aliás sentia também.
Mas acho que não porque ela terá de se libertar das sentenças como Isso me incomoda de tal forma, que eu num consigo fazer nada além de ficar num estado de tristeza profunda.

No íntimo
Entrego a ela
O meu licor de inspiração

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Para sempre com você Oh My Dindi!


Foi assim, com um tchau, que ele se levantou e desceu do ônibus. Olhou pro moço lá fora e com um sorrisinho meia-boca deu a seguir seus pensamentos. Pensou: " E seu eu me casasse com esse tipo?" Enquanto pensava nisso e fantasiando um monte de outras coisas, Astrud Gilberto cantava Dindi . Juntou duas situações e começou a prestar atenção na parte que dizia "...If I only had words I would say all the beautiful things that I see when You're with me". Viu-se vestida de noiva saindo nos braços dele em plena segunda-feira de chuva, tal qual era o dia de hoje. Molhados poderiam rir... Sentados na escadaria da igreja comendo um bombom. Isso tudo, ela ria muito. Não era lá muito típico as mulheres pensarem seus casamentos assim, molhadas e comendo chocolate. Mas foi assim que seu coração e imaginação concebia seu instante de felicidade. Quando a música acabou, fechou os olhos, rendia-se aos pinguinhos de chuva que passava pelas frestas da janela. Sozinha, abraçou a si mesma. E pedia que fosse com ele. O resto de todos os seus dias. Fazer da simplicidade sua bandeira de amor.

sábado, 20 de novembro de 2010

O MUNDO ESTÁ EM DÚVIDA SOBRE O QUE É CRIATIVIDADE

Quem acredita que nasceu na época certa?
Olha tudo a teu redor e concorda com o que vê?
As mãos...estão prontas mais a dar do que receber?

Se cada época teria sua solidariedade
Passamos por tempos precários
Hilários
De má criação, restando aos escritores, poetas e artistas o legado da beleza

O mundo está em dívida com a criatividade

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Da tua alma essencialmente meus lírios


Depois da conversa idiota que ele teve pela noite, sentou num canto do quarto e chorou copiosamente. As crenças que criou em alguns anos sempre muito contestada, muita coisa para aquela hora inoportuna. Misturado a tudo isso (e se não de fato seu pano de fundo) os assuntos polêmicos do... Todo mundo sabe o que é.

Olhava tudo a sua volta, tudo era sem graça, sem a graça. Palpitavam nas idéias o quanto era ingênuo, o quanto era devoto das pequenas mudanças pessoais, encerrando em sistematizar o que seria uma vida harmônica. O corpo doía muito, os ossos da face também. Os olhos sumiam num espelho particular de lágrimas.

Saiu do quarto... Sentou numa cadeira de balanço junto ao jardim e conversou com as flores que brotavam em plena madrugada. Abriram-se os lírios, num laranja tão intenso que só ele fosforecia madrugada afora. Começou a chover. Tudo e todas as coisas da natureza entendeu o estado da alma do seu solicitante e ficou ali, deixando que trovões e toda aquela imensidão de água lavasse as desesperanças. As águas tocaram-lhe os pés, depois as pernas, até chegar na cabeça. Estava com água até o pescoço porque além da chuva continuava seu choro.

Todo seu corpo se dissolveu. Virou semente de um lírio.

Quando as águas abaixaram, lá fora somente a cadeira, balança ao impulso dos ventos uivantes.

No dia seguinte perguntam "e ele, cadê?". O sol resplandecente despertou as plantas no jardim e disse a uma das pessoas preocupadas: "Virou um lírio. Este amarelinho que vai surgir aqui. Porque a flor é a expressão mais sublime da vida, a mais delicada, e a mais forçosa, corajosa. Seu desabrochar é lindo e radiante. Mas que antes disso, pra nascer teve que morrer. Nenhum lírio nasce de seu corpo velho. Morre pra nascer de novo. E eis aqui a resposta que queria."

Todos muito envergonhados recolheram a cadeira, as palavras, e o caderninho de poemas, de rezas e coisas afins. Segurando virou terra. Pela primeira vez sentiram medo. Porque não sabiam que sorte teriam numa próxima chuva...


quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Multidão


Numa noite, sentei pra escrever. Eu e os outros que habitam dentro de mim. Decidi por fim que não precisava de mais ninguém. Já tinha bastante gente.

Depois Eguimar me escreveu algumas outras coisas. E veio Baiano Leandro, Jana, Sra. Pragnan, e "Clécia aproveita pra também mandar lembranças". E tinha aí toda a Terra.


Todo o testamento do mundo.


Para meus amigos aí citados

Um gay e banalidades

Fim de uma tarde de muito calor. Pele oleosa, suor, cansaço e um sapato gasto. Cansado e cansado gostaria muito de ser Melody Gardot dentro daquela banheira no clip Baby I'm a fool inclusive com aquele moço de fraque. Pensando na vida, pensando em coisas sobre ser gay. Pensando em ser o professor que é gay, a pessoa que quer amar , sendo gay. Não sei porque esta tolice invadiu os pensamentos, mas hoje coloco-me em personagem e ao referir ao detalhe tolo, é porque poucas coisas me causam esta sensação de que um gay tem umas tentativas de glamour no seu cotidiano. Ouve jazz em meio a uma desgraça que é o sol deste sertão centroestino. Por tudo que tem vontade de conectar o mundo com Ella Fitzgerald pra dar um pouco mais de dignidade no sofrer depois que Orfeu despertou e foi embora. Cansado de exaustivas horas de choros gays agora ouvindo Baby, decretei a mim mesmo o fim daquele episódio, já que chorar neste tempo seco desgasta muito, e sem falar que não combina sofrimento e calor. Alheio a estas coisas ainda tem o trabalho, exaustivo em meio a senhores e senhoras preparando o tempo de morte. E continuo a ler livros sobre espíritos, educação, um tal de La Blache que me cansa com essas malditas regiões que com toda sinceridade queria que fosse pro inferno! Não sabe este infeliz o que é um gay com calor! O rosto muito inchado, cabelo demasiado comportado, óculos. Posso passar invisível pela paisagem e me misturar ao nada que está reduzida a cor palha desta cidade. Escritos estes, são banalíssimos, sem veia literária. Mas tudo, tudo me desacredita de beleza e criatividade quando há excesso de gayismo, e falta de água... Pra sossegar a falta de inspiração.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Diário de Clarice


Na Rua um grito:
"Menina toma tento"
Naquele tempo (reme) lento
tinham coisas que hoje eu não me permito

Outrora mocinha:
"Esconde esses seios"
Não sabe a tolinha
Que entre as pernas
os meninos tem lá seus meios...

Depois foi o grande casamento
E me pressionavam um rebento
Já nos primeiros cumprimentos

Agora esposa, filho e marido
Nessa retidão que ia triste a vida
De frente para a pintura me vejo Frida
Onde a coisa parece que perdeu seu colorido

Amanhã, espero novamente estar lenta
Grisalha,

Sem rir mas re-contenta
Quando quem escreve
Em coragem no fim

Se avacalha.

Para as mulheres Nega Clécia, Mary Jane et Marta Saré... Para estas e outras tantas que quererm ser como estas mulheres.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Carta para meu velho

Goiânia, 18 de agosto de 2010





Chico, meu angico,






Amor... é passado e chegado os tempos em que quero dormir com você para nossa última vez. Mesmo de lábios flácidos, mãos envergadas pelo tempo, tenho na memória as delícias das quais me tomaste na nossa primeira noite, quando desfez de suas economias em favor do meu sonho de ter contigo nossa noite de núpcias no Grande Hotel. Hoje quando faz mais um aniversário do nosso compromisso, me curvo diante destas guarirobas na Avenida do antigo hotel, e discretamente choro e penso na infelicidade, que tem essa cidade hoje com esses barulhos e mal humor, de não ser digna do testemunho das nossas loucuras de jovenzinhos que escrevem estas árvores em sua bruta seiva de memória. Não te enciumes nem te esmoreça do monumento da Praça Cívica. Você, em tantos anos tem me feito muito grata de alegrias, viris e murchas... Sou ainda muito feliz na horizontal! Ops ?! Que tipo de senhora sou eu? Onde habita os recatos dessa tenra idade? As suas lembranças, mais lindas que as minhas de detalhes tem ainda o gosto de lasca de rapadura com coco, dos pitos de fumo...Do cheiro que esta gente jamais conheceu. Meu corpo, sendo um mapa das tuas pesquisas, tem agora mais erosões que colinas. De qualquer modo, te vejo de igual forma com tua raiz profunda... Buscando a água, esta que só eu posso te dar.


Ps.: Ah... e hoje te espero na rede dos fundos. Pra colocar um enCERRADO nas nossas coisas. Pra libertar depois do sono pra uma nova juventude. A miúde do teu tão devotado, sincero e alegre assanhamento tão jovem quanto tem sido as primeiras horas da criação de Deus quanto te fez o meu amor. Dispensa aqui um EU TE AMO né meu velho?


Da sua Fátima... Que de fantástica e ótima, saberei hoje debaixo das esteiras.Tuas estrelas.



Para Leandro Caetano, Eguimar Felício e toda a Geografia da População. Pois habita aí a camaradagem da imaginação.

Carta para minha velha


Goiânia, 18 de agosto de 2009.

Fátima meu amor,


Hoje te escrevo para lembrar o tanto de saudades que sinto das suas mãos ligeiras. Lembra daquele dia que fomos ver Vila e Goiás, no Serra? Você vermelha de paixão, a tigresa que eu morro de amores, louca... E eu te presenteio com minhas esmeraldas porque seus olhos igualmente são. A torcida grita e se mata. E eu te amo, mais e mais quando você me oferece pamonha frita, e vejo esvoaçar no ar sua cabeleira tão desgrenhada como folhas de buritizais. Os teus seios...tão deliciosos como cajamanga verde com sal. Eu sou teu sal. Tuas mãos torcidas às minhas ainda revivem nossos passeios bregas em que brindávamos garapa com limão em copo de plástico na Praça Cívica. E confesso que sinto ciúmes daquele monumento que tem lá porque eu sei, minha velha, que admiravas por horas as formas daqueles corpos que eu sei que não se parecem com os meus, mas nem me preocupo porque teu nome denuncia quem és: Fátima, mistura de fantástica e ótima. Meu ingazinho, nossos lábios e nossas mãos hoje rachadas como nossos pés, sabendo que já não sou tão firme como um angico, sigo te amando, te desejando mesmo murcha. Porque quando caminho contigo por esta cidade, por estas ruas que me levam até você, das coisas lindas às mais fuleiras escrevem um segredo: te espero no Mercado Municipal com um pedaço de rapadura para que coma um pedaço você e eu, e renovar um beijo doce antigo como nosso rosto, mas tão gostoso como aquele cajazinho que chupava, chupava... Segredo que o Cerrado não soube decifrar.

Do seu Chico (querendo-te, duro como um angico)

terça-feira, 13 de abril de 2010

Assim, eu velava teu sono...




Escondidinho no banheiro, chorou de comoção intensa...A tal ponto de entender que naquela hora firmava-se mais uma vez as sentimentalidades da noite anterior. Não tinha como esconder que era de uma beleza ímpar, acordar numa manhã de domingo e tê-lo lá escondido entre o cobertor, mas descoberto para o que me fez feliz... Todo o mundo se curvou por instantes ao sorriso discreto e infantil que ele tem. Eu então, fazia deste muso, a inspiração que a tanto antes esperei, e agora se estende sobre pernas aquecidas junto as minhas, num desejo infindável de que aquele instante fosse a eternidade. Ainda que o fosse, quando se ama alguém tem coisas que não se explica pela dimensão, mas esteja certo que quando toco nos relevos do teu corpo faz sentido enorme conhecer geografia, e pra este caso a melhor de todas. E os mesmos olhos, de discreto verde provoca extravagâncias...Que termina em chorinhos contidos pra não me ver chorar também. Assim, encerro mais uma vez sem saber descrever o amor. Quando se o tem é quando tem-se a necessidade de escrever um novo dicionário, o qual encontro as respostas quando dormindo, você suspira pra mim.




Para mon petit-ami...De novo!

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Quando durmo nos braços do Orfeu...


...tenho os olhos fechados encobertos pelo teu-meu calor.

Velo seu olhar oculto manhã afora

Fazendo de meus dedos, andarilhos desbravadores de teu corpo alvo

Alvo tanto que brilha.

Olha mais...meus dedos caminham por tuas curvas


E Orfeu dorme. Eu estou em seus braços

Coberto com o a alegria de quem está no paraíso

E quando acordar renovo tais emoções

Quando pela matutina me oferece teu sorriso como alimento.


Sentado na cama contemplo o silêncio

de ter um deus deitado em brancos lençóis

quando mesmo de dia me ama

quando na noite teus lábios derramam


O segredo da divindade...

que mora no coração

daquele quem por ele se enamora.
Para mon petit-ami Rodrigo

sexta-feira, 12 de março de 2010

Bolinhas de good

Vem amor..Senta aqui do meu lado e vamos ser mais jovens uns dez anos.

Deixe o mundo girar.

Vem sentir a vida mais leve.

Mete teus pés numa bacia cheia de bolinhas de gude.

Porque uma bolinha de gude

tem os cosmos que cabem nas mãos de uma criança

Mas acima de tudo te sugiro que esteja tudo a teus pés

Orgasmei-se.

Merece quem tem

um vintém de imaginação.

Te regalo com míseros anéis de Saturno

Toda madrugada no silêncio universal

"Confess, and please don't tell me

Quiçá, quiçá, quiçá"

Nem poeira nem cometa

Quero dar-te, nebulosas

Caminhando saltitante entre aquelas

Tu, minha estrela dadivosa.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Fidalgas horas ou A caminho de outros trezentos dias mais

Em noites ardentes de um país tropical, penso em ti horas fidalgas porque nobres são tuas doces vozes trêmulas saindo da vitrola no canto da sala. Tocaram depois cinco marchinhas cariocas, que num fechar de olhos com sinceridade podia eu, estar nos braços de Copacabana nesta sexta-feira de formosas gafieiras. Abri as janelas, sufocado pelo ardor das rosas vermelhas que escarlateavam o altar onde ao lado da esculturinha de Jesus Cristo eu te venerava todas as manhãs depois de uma xícara de café e um tanto de amor. Tão tediosas eram as brisas que me tocavam o peito nu, e com a obrigatoriedade de uma certa preguiça remoía-me em soluços recitando por vinte poucas vezes aquelas falas de quando no reencontro da paz eu ouvia de ti para dar sossego aos meus prazeres. Por ofício era um protocolo me amar. Pelo desinteresse coleciono todas as palavras em um arranjo de formidável placidez para que, polido esteja sempre os nossos corações para chorarem das dores às alegrias em um instante de calamidade pessoal. Conforme se tecia sentimentalidades ora baratas ora caras até para um verso, eu tomava com outros dois perversos umas doses de coisas da época... No cais desciam os marujos, sedentos por uma alcova e suas cocotes que de maquiagens mal-feitas gritavam 'amorzinho' de longe sabendo que aquilo não era e nunca foi tal situação dos sabores escondidos no pleito da despedida. No reencontro da perdida instância da imaginação, desdobro-me em trezentos dias mais. Para nunca mais ouvir a palavra paciência quando a indecência das angústias converterem em tempo de bandeira branca... De outros trezentos dias mais.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Para depois dos abraços partidos...


Esclarecidas as reticências dessas que ficam suspensas no ar e ainda sem conceber Bethania como as preces para meus ouvidos é preciso antes de mais nada renascer para fazer dos detalhes de um pedacinho de noite, as estrelas. Reprisando dos dramas às verdadeiras necessidades encontra-se aí o que era de fato para ter sido em resposta as vãs obrigações de tornar uma vida sozinha em dupla.... De saber que me escapaste aos dedos para ser outra pessoa. A que devia ter sido. Reconfortado pois, pela ciência das minhas palavras e pelas insígneas que a fé me faz conceber uma força maior, posso olhar-te com as devidas cautelas para saber que sou útil a ti em coisas mais grandes, quem sabe até nas que saturam a lógica desse amor, que ainda procuro. Portanto, regalo-te com estas palavras. Não te olvides que o outro amor, esse que talvez eu tenha conhecido madrugada passada é que se faz conforme para um dia entender o quão delicado e simples é o amor da gratidão tal qual sentem-se apazigados os elefantes do Tibet quando tem suas costas lavadas por cascas de coco.


quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Assim que saia da alcova

Nas primeiras horas eram coisas tão admiráveis de ouvir, como sendo a profecia dos pedidos silenciosos feitos no quarto naqueles dias de angústias cortantes ao coração. Depois, uma tarde enaltecida da vontade, da alegria, daquela conforme se tem quando se espera por alguém. Na noite e ainda pela madrugada o som do violão estremece dentro do meu ouvido até chegar na razão, onde em grande desacordo com as coisas da alma converte as memórias em fisgadinhas de dor para no dia seguinte reaprender a educar as coisas das ilusões. O que couber numa fração de hora é ali que repousa a espera, do que é prometido aos teus encontros, aos teus sabores...Reservas estas que habitam ainda no futuro. Portanto aqueles que muito rápido foram na fonte a fim de saciarem suas sedes, cuidado! Vigiai o entendimento para os dias em que acalentarás os fulgores dos teus ensejos. Noite estranha....que não entendo.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Chuva de verão


Enquanto Pilar rodopiava sozinha no salão, descalça e com os pés imundos grudados de confetes, lá fora, batiam na vidraça as chuvas de verão. Nas veias corriam ainda as últimas notas de uma marchinha e lá no canto seu Zé Pilintra e alguns Malandros batiam palmas, e cachaça, e muita alegria. Num lugar como esse, todo o soçaite do samba finda com o refino e o acolhimento confortabilíssimo de uma gafiera saudosa de lindas cocotes para regalar os jovens de recem idades com os sabores do prazer....Por isso a chuva prenunciava novos verões. Para novos amores.

Fonte da imagem http://todoamorquehouvernessavida.files.wordpress.com/2008/11/samba_01.jpg disponível em 19/01/2010

domingo, 10 de janeiro de 2010

No tempo da veloz-cidade



Num prédio, um homem de trajes elegantes bate a porta do apartamento 304.

Do lado de dentro , Pilar ouvia Amy Winehouse cantando "Me and Mr. Jones" embriagada de wisky barato. Foi abrir a porta.

-Eu já falei que não queria que você viesse mais me ver, seu filho da puta. Eu não esqueci não...

A moça fechou a porta e em silencio o moço de fino trato saiu pelo elevador.


Na Praça Roosevelt, uma travesti fala pra um passante:

-"Ei, vamo brincá?!"

Com um fone no ouvido passou o mocinho , indiferente a pergunta da profissional da noite.


Na casa ao lado, uma mãe grita;

-"Vem jantar Arnaldo! Tá esfriando tudo"

E ele vai, esfregando a barriga, confirmando ao apelo estridente.


Tomás e Elis terminam o namoro na esquina


Os moleques da rua negociam a partida de futebol traçando uma justiça de regras que na vida jamais conheceram.


A secreatária está na estação com a meia furada e as pernas cansadas.

-"Que merda, cadê a porra desse trem?"


Termina a missa, umas pessoas saem comendo pipoca.


Gente rica, gente pobre, tudo na mesma avenida... O fluxo não para. O movimento é assim.


Recorto da paisagem, uma noite na cidade. Ponto.
Fonte da imagem: De Iara Abreu, disponível em http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.jornalaldrava.com.br/images/gif/iara_urbano_ no dia 10/01/2010.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Apatia

É uma estranheza reconhecer o amor, chegando para as pessoas a sua volta. É muito grande, transformador. É sobretudo silencioso. Não cabe em duzentas palavras para descrição.
O que eu acredito alguns não saberem é que é de má polidez tocar nesse assunto quando um outro alguém na angústia da espera tem que ouvir dizer que "pra tudo tem seu tempo". O amor é dessas coisas que são atemporais, desconhecem esse limite matemático. Muita grosseria e de extrema facilidade falar de amor quando a alma está reconfortada de carinho, de coisinhas das minúscula felicidade. A paciência é uma virtude universal onde cabe o amor de igual grandeza... Mas esse que falo... esse é daquele que mesmo os mais incrédulos têm medo de estarem isentos dele. Quando se quer demais, é quando se menos tem? Onde cabe a paciência nessas considerações?
Já tenho apatia de escrever sobre esses assuntos...emaranhados com outras apatias que me levarão a perda da escrita...
Cumpro uma obrigação de letrar minhas agonias... sem saber a quem amar.