sábado, 20 de novembro de 2010

O MUNDO ESTÁ EM DÚVIDA SOBRE O QUE É CRIATIVIDADE

Quem acredita que nasceu na época certa?
Olha tudo a teu redor e concorda com o que vê?
As mãos...estão prontas mais a dar do que receber?

Se cada época teria sua solidariedade
Passamos por tempos precários
Hilários
De má criação, restando aos escritores, poetas e artistas o legado da beleza

O mundo está em dívida com a criatividade

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Da tua alma essencialmente meus lírios


Depois da conversa idiota que ele teve pela noite, sentou num canto do quarto e chorou copiosamente. As crenças que criou em alguns anos sempre muito contestada, muita coisa para aquela hora inoportuna. Misturado a tudo isso (e se não de fato seu pano de fundo) os assuntos polêmicos do... Todo mundo sabe o que é.

Olhava tudo a sua volta, tudo era sem graça, sem a graça. Palpitavam nas idéias o quanto era ingênuo, o quanto era devoto das pequenas mudanças pessoais, encerrando em sistematizar o que seria uma vida harmônica. O corpo doía muito, os ossos da face também. Os olhos sumiam num espelho particular de lágrimas.

Saiu do quarto... Sentou numa cadeira de balanço junto ao jardim e conversou com as flores que brotavam em plena madrugada. Abriram-se os lírios, num laranja tão intenso que só ele fosforecia madrugada afora. Começou a chover. Tudo e todas as coisas da natureza entendeu o estado da alma do seu solicitante e ficou ali, deixando que trovões e toda aquela imensidão de água lavasse as desesperanças. As águas tocaram-lhe os pés, depois as pernas, até chegar na cabeça. Estava com água até o pescoço porque além da chuva continuava seu choro.

Todo seu corpo se dissolveu. Virou semente de um lírio.

Quando as águas abaixaram, lá fora somente a cadeira, balança ao impulso dos ventos uivantes.

No dia seguinte perguntam "e ele, cadê?". O sol resplandecente despertou as plantas no jardim e disse a uma das pessoas preocupadas: "Virou um lírio. Este amarelinho que vai surgir aqui. Porque a flor é a expressão mais sublime da vida, a mais delicada, e a mais forçosa, corajosa. Seu desabrochar é lindo e radiante. Mas que antes disso, pra nascer teve que morrer. Nenhum lírio nasce de seu corpo velho. Morre pra nascer de novo. E eis aqui a resposta que queria."

Todos muito envergonhados recolheram a cadeira, as palavras, e o caderninho de poemas, de rezas e coisas afins. Segurando virou terra. Pela primeira vez sentiram medo. Porque não sabiam que sorte teriam numa próxima chuva...