terça-feira, 8 de abril de 2014

Navegando...

Desalinho porque sempre fui meramente passional. Porque tive os olhos vendados pra sentimentos grandes, e porque também não importava ver. O amor é cego quando em estado de letargia. O primeiro dizer "Eu te amo", eu te quero. Caríssimos como o próprio sentimento requer. Hoje vejo além do roteiro de romance. Porque nos roteiros, com cortes, cenas que não vão ao ar, os bastidores são dolorosos. Bastidores de francas verdades, de um pleno desejo íntimo e forte de que tudo estivesse em paz. Como antes. Como sempre. Poderia entender quando disse: Vamos navegar em águas rasas... Mas as águas estão revoltas. Revoltosos corações num duelo hostil de espinhos.. que cravejam quem sabe a esperança. Que afogam os olhares, o cheiro doce dos perfumes. A cama e o abraço juntos. O contraste das peles. A cumplicidade. Era este o começo que não peguei o fio da linha. Sou confuso e razoavelmente louco porque não quero descer do barco. E é amor deixar partir? Vem comigo então para dias azuis, me ponha juízos de mais amor e menos guerra. Eu me convenço porque ao contrário do que pensa, sou de fácil coração e grande apego. Você sabe disso e dilacera-me a alma porque tem alvejantes verdades. As ondas estão se amenizando. Não me cerque de ilhas, porque só em ti vejo solos férteis. Abra teus mapas. Aponte-me tuas rotas. Diga-me onde quer chegar. Eu vou. Tuas vidrarias são transparentes. E vejo outras coisas mais que só posso dizer no canto do ouvido. Em horas reservadas, de portas fechadas e corpo aberto.