terça-feira, 16 de setembro de 2014

O amor do erro

 A ocasião não comporta a sorte necessária para sentimentalidades plásticas desse povo romântico demais. Ou a coisa de amar é muito careta mesmo? E que mesmo sabendo que algumas pessoas se tornam ridículas e gostam de assim ser, há um elogio da maneira convencional de olhar o outro baseado na expectativa de ser perfeito, quando na verdade deveria ser na procura do possível. Existe uma lacuna nos relacionamentos, uma fratura, daquilo que chamo de " apreciação da personalidade como estado da arte" que só em acontece em raros casais. Aqueles que dão muito certo mesmo. E claro, que dão certo com o pacote de observações muito finas, porque existe muita verdade num sentimento quando nos vemos espelhos do que negamos no outro. Tem gente que ama demais sem amar o mínimo de verdade. E tem gente que diz pouco, mas com uma alma que diz muito. Infelizmente o amor está tedioso. Banalizado em muita propaganda afetiva sem eficácia de intimidade. Um desperdício de subjetividade

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Sorte



Sempre me maravilho com coisas um pouco tarde... Um pouco depois do tempo. Olho com o amor de um novato. Talvez tenha chegado a conclusão de que isso é uma paixão em tempo do despertar. Creio que isto seja o verdadeiro atributo de estar vivo numa velha novidade. Deixo passar a novidade dos outros, pra depois se tornar a MINHA novidade. É importante não ter pressa para absorver. É necessário juventude para reconhecer que, tem sorte quem tem memórias. A experiência presente ainda não tem a força do reconhecimento de beleza. Porque a beleza é o segundo atributo da saudade. E o reencontro é uma antecipação de uma alegria, marcada pela alegria do passado.











Para minhas amigas Jana, Clécia e Marta. Aquelas que serão sempre minha presente experiência de nostalgia. Minhas amigas que me dão sorte