Chove nos trópicos
Não há ciências para o que escrevo
Se por acaso há em mim um delito neurótico
Pergunto se da alegria é manifesto a que me devo
Os ventos de provocantes gotas austrais
São tão fortes não posso mais
Se amanhã da provocação solar eu me cansar
Ainda sim estou em oposição ao calor
Do modorrento inimigo, castigado de
Luzes boreais
Em geografias poéticas
Encontro o conforto das superfícies de cristais
Ainda sim haverei de ser fiel
A ti, meu descanso fecundo
Destas noites tão tropicais
segunda-feira, 26 de março de 2018
sexta-feira, 24 de novembro de 2017
As coisas que tocaram meu corpo
Diante de um copo de café amargo senti o gosto destes dias os quais atacaram meu corpo de forma violenta. O caos não consumido mais de criatividade vi meu rosto marcado pela reivindicação do tempo que sinaliza as prévias de uma velhice incerta. Escrevo para repousar minha cabeça no divã das letras desses parágrafos de mentira velada de algum ex-crito de valor. Quando não consigo mais acompanhar um sorriso sincero todos os outros são cínicos. Porque escrever não me deu espaço substancial para agradar a quem recebe esse prognóstico de cansaço. É uma maldade que escapa nosso desejo de sobressair. É covardia com a literatura fina dos artistas anônimos perdidos na desilusão da demografia urbana quadrada e rarefeita de virtudes de exotismos libertários. Toda narrativa desta e de demais ordens atendem a mim como o último recurso de sobrevivência de emaranhados sentidos não-essenciais do meu ser-não-ser-para-ser. Os golpes de facadas opiniões que são análogos à um tiro de eficaz calibre de canos mortais. Uso as palavras para mentir também. Mas é uma mentira desprovida de véus. Ou seja: todo mundo vê. Que palavras estaremos vestidos na revolução da militância poética? Os dias normais estão imorais e em quebranto da minha alma de drenagem endorreica. Atento a todos estes sinais. Segue a vida medíocre com retoques de argamassa ainda fria de que não dizem ainda como estou. Mas onde estou. O bilhete no fim da caixa de Pandora nos advertiu de tudo isso. Mas esqueço porque estavam escritos com o sangue de alguém. Por não saber terminar digo: não sei por qual juízo comecei. Digo só do que segue
domingo, 12 de novembro de 2017
Civil bestialidade
Dura como és tu cidade
Malvada, vil, imbecil
Odiosas verborreias
De quem pra quem
se acha tão rascunhado civil
Outrora veja que de venenos
O combustível de aclamado horror
Volta-se entretanto para contra pessoas
Desavisos que entre prédios
não há mais amor
De frente estou com o tempo
Jogando na cara e dizendo
Que ele não ameniza
Acordaremos num outro cronos-cosmos
Com a certeza de quem profetiza.
Malvada, vil, imbecil
Odiosas verborreias
De quem pra quem
se acha tão rascunhado civil
Outrora veja que de venenos
O combustível de aclamado horror
Volta-se entretanto para contra pessoas
Desavisos que entre prédios
não há mais amor
De frente estou com o tempo
Jogando na cara e dizendo
Que ele não ameniza
Acordaremos num outro cronos-cosmos
Com a certeza de quem profetiza.
terça-feira, 4 de novembro de 2014
Paragens
Na televisão a novela com o mesmo tema: a amor ao acaso. Lá fora a chuva piedosa, fina, sensível. Eu, cá, rogo silêncio. Um silêncio suficiente para consumir a atmosfera de tédio pessoal. Tudo nesta paisagem faz pensar no mérito de quem tem buscado sempre estágios sutis de felicidade, de amor, de calor. A alma é um status da reflexão. Repetitiva. Assim digo a mim mesmo se a vida é mesmo a realização da curiosidade ou uma ilusão eminente e progressiva de tolos argumentos da euforia. Se tantos sentimentos que vejo ao meu redor são como rios que concorrem para o mar, estou em remanso. Trecho de rio em que não há corrente apreciável. E aí não sei se me engano ou enganam-me. Desconfio dessas miragens. Desses prismas. É o preço pela excentricidade de estar sozinho
terça-feira, 16 de setembro de 2014
O amor do erro
A ocasião não comporta a sorte necessária para sentimentalidades plásticas desse povo romântico demais. Ou a coisa de amar é muito careta mesmo? E que mesmo sabendo que algumas pessoas se tornam ridículas e gostam de assim ser, há um elogio da maneira convencional de olhar o outro baseado na expectativa de ser perfeito, quando na verdade deveria ser na procura do possível. Existe uma lacuna nos relacionamentos, uma fratura, daquilo que chamo de " apreciação da personalidade como estado da arte" que só em acontece em raros casais. Aqueles que dão muito certo mesmo. E claro, que dão certo com o pacote de observações muito finas, porque existe muita verdade num sentimento quando nos vemos espelhos do que negamos no outro. Tem gente que ama demais sem amar o mínimo de verdade. E tem gente que diz pouco, mas com uma alma que diz muito. Infelizmente o amor está tedioso. Banalizado em muita propaganda afetiva sem eficácia de intimidade. Um desperdício de subjetividade
sexta-feira, 5 de setembro de 2014
Sorte
Sempre me maravilho com coisas um pouco tarde... Um pouco depois do tempo. Olho com o amor de um novato. Talvez tenha chegado a conclusão de que isso é uma paixão em tempo do despertar. Creio que isto seja o verdadeiro atributo de estar vivo numa velha novidade. Deixo passar a novidade dos outros, pra depois se tornar a MINHA novidade. É importante não ter pressa para absorver. É necessário juventude para reconhecer que, tem sorte quem tem memórias. A experiência presente ainda não tem a força do reconhecimento de beleza. Porque a beleza é o segundo atributo da saudade. E o reencontro é uma antecipação de uma alegria, marcada pela alegria do passado.
Para minhas amigas Jana, Clécia e Marta. Aquelas que serão sempre minha presente experiência de nostalgia. Minhas amigas que me dão sorte
terça-feira, 8 de abril de 2014
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