segunda-feira, 16 de março de 2009

Naufrágio

Entro no meu barquinho e me lanço ao mar...Um silêncio, muito silêncio. Deus caminha sobre as águas agora. Então....psiu, bem baixinho, mais silêncio. Só as águas conversam.Uma gota com outra gota, e juntas me levam para longe da praia. Isso porque a grandeza das mansas águas compreendem as vontades do meu coração. Minha alma reverencia os desatinos apelos de quem grita sozinho em alto mar.Viajo...durmo. O sol me desfalece, até perceber que sua semelhança comigo é coisa familiar, que ao tocar-me está tocando em um amigo. Já a lua não. É majestosa sozinha na minha viagem. Mais silêncio. O luar tem suas exigências e cobra por rigor. Eu, viajante, figurante ser nessa caminhada obedeço, porque sol e lua tem tudo que eu preciso para não me perder. Foi pensando nestes astros que eu fechei meus olhos, meu barquinho se desfez e eu fui afundando, descendo para o fim do oceano, com parte de mim no dia, e seu resto na noite. Assim aquilo que admiras está com você, infinitas vezes na existência para que me sintas e me busque onde estiver. Não me procure nos desalentos, nem grite. Eu estou por perto, esperando você naufragar.

quinta-feira, 12 de março de 2009

Fênix


Foi numa dessas estradas urbanas que eu encontrei as palavras que queria dizer a mim mesmo. As palavras fortes e confortantes. Nem o barulho dos carros me incomodavam. A lua perolava no céu e eu, sussurava "Strangers in the night" fazendo da rua meu salão de festa nesta casa que é o mundo. O vento, esse que passa entre um carro e outro me enchia de fina sujeira, mas também de gratidão ao meu sorriso que depois de muito tempo eu voltei a cativar para mim. Depois de muuito seguir, e criar poeminhas sentimentalóides sentei na grama para esperar o ônibus e do meu lado, uma garota falava ao telefone com o seu amor cheia de um certo ar de surpresa. O que ela não esperava é que ele estava atrás dela, tampando-lhe os olhos. Tanta pequena-grande felicidade inundou aquele lugar. E a minha felicidade também reluziu. O mundo foi ficando mais familiar pra mim, dentro de caminhos os quais não deveria ter pego atalhos. Agora eu já espero por aviões, pra chegar mais rápido onde o coração chega primeiro, onde caia diamantes do céu, onde as minhas mãos são travesseiros para afagar e acalentar o reencontro com Deus.
Saio do lado de lá...Amo a mim mesmo do lado de cá. Fim do luto. Sou Fênix, pronto pra voar.