terça-feira, 4 de novembro de 2014
Paragens
Na televisão a novela com o mesmo tema: a amor ao acaso. Lá fora a chuva piedosa, fina, sensível. Eu, cá, rogo silêncio. Um silêncio suficiente para consumir a atmosfera de tédio pessoal. Tudo nesta paisagem faz pensar no mérito de quem tem buscado sempre estágios sutis de felicidade, de amor, de calor. A alma é um status da reflexão. Repetitiva. Assim digo a mim mesmo se a vida é mesmo a realização da curiosidade ou uma ilusão eminente e progressiva de tolos argumentos da euforia. Se tantos sentimentos que vejo ao meu redor são como rios que concorrem para o mar, estou em remanso. Trecho de rio em que não há corrente apreciável. E aí não sei se me engano ou enganam-me. Desconfio dessas miragens. Desses prismas. É o preço pela excentricidade de estar sozinho
terça-feira, 16 de setembro de 2014
O amor do erro
A ocasião não comporta a sorte necessária para sentimentalidades plásticas desse povo romântico demais. Ou a coisa de amar é muito careta mesmo? E que mesmo sabendo que algumas pessoas se tornam ridículas e gostam de assim ser, há um elogio da maneira convencional de olhar o outro baseado na expectativa de ser perfeito, quando na verdade deveria ser na procura do possível. Existe uma lacuna nos relacionamentos, uma fratura, daquilo que chamo de " apreciação da personalidade como estado da arte" que só em acontece em raros casais. Aqueles que dão muito certo mesmo. E claro, que dão certo com o pacote de observações muito finas, porque existe muita verdade num sentimento quando nos vemos espelhos do que negamos no outro. Tem gente que ama demais sem amar o mínimo de verdade. E tem gente que diz pouco, mas com uma alma que diz muito. Infelizmente o amor está tedioso. Banalizado em muita propaganda afetiva sem eficácia de intimidade. Um desperdício de subjetividade
sexta-feira, 5 de setembro de 2014
Sorte
Sempre me maravilho com coisas um pouco tarde... Um pouco depois do tempo. Olho com o amor de um novato. Talvez tenha chegado a conclusão de que isso é uma paixão em tempo do despertar. Creio que isto seja o verdadeiro atributo de estar vivo numa velha novidade. Deixo passar a novidade dos outros, pra depois se tornar a MINHA novidade. É importante não ter pressa para absorver. É necessário juventude para reconhecer que, tem sorte quem tem memórias. A experiência presente ainda não tem a força do reconhecimento de beleza. Porque a beleza é o segundo atributo da saudade. E o reencontro é uma antecipação de uma alegria, marcada pela alegria do passado.
Para minhas amigas Jana, Clécia e Marta. Aquelas que serão sempre minha presente experiência de nostalgia. Minhas amigas que me dão sorte
terça-feira, 8 de abril de 2014
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