sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Ur-banidade



A Cidade está inacabada.
Fomos ontem mesmo às obras brutas
e tudo parecia barro cru.


Estão sugerindo cortinas, paredes tortas e remotas.
Velhas tomadas
para abafar concretos retos. Discretos.


Somos, ao meio, divididos pelo cansaço alegre
e pela sorte de sobreviver dia por dia. Melancolia...

Onde estão os ventos rebeldes?
Nos lugares vazios?


O belo é condição dos tempos novos,
E nós? Esqueletos armados?


Mas, pelo que dizem,
a ladeira verde continuará a sua descida
e nós – pálidos de morte – viveremos até a partida.

A Cidade está faminta! Sedenta... Do quê nos alimenta?


São regras vândalas do cotidiano morno.
Com os caminhos banidos,
Sãos e Mortos até o retorno!


Leandro Caetano e Gadiego Cieser

Um comentário:

João Damasio disse...

Belo poema... retrata muito bem a realidade da cidade q vai sendo banida por sabe-se quem...

Vlw por mais um texto inspirador...