A Cidade está inacabada.
Fomos ontem mesmo às obras brutas
e tudo parecia barro cru.
Estão sugerindo cortinas, paredes tortas e remotas.
Velhas tomadas
para abafar concretos retos. Discretos.
Somos, ao meio, divididos pelo cansaço alegre
e pela sorte de sobreviver dia por dia. Melancolia...
Onde estão os ventos rebeldes?
Nos lugares vazios?
Nos lugares vazios?
O belo é condição dos tempos novos,
E nós? Esqueletos armados?
Mas, pelo que dizem,
a ladeira verde continuará a sua descida
e nós – pálidos de morte – viveremos até a partida.
A Cidade está faminta! Sedenta... Do quê nos alimenta?
São regras vândalas do cotidiano morno.
Com os caminhos banidos,
Sãos e Mortos até o retorno!
Leandro Caetano e Gadiego Cieser
Um comentário:
Belo poema... retrata muito bem a realidade da cidade q vai sendo banida por sabe-se quem...
Vlw por mais um texto inspirador...
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