terça-feira, 2 de julho de 2013

Tudo que eu te desejo Baby...

Até então parecíamos desses casais de comercial de margarina. Eram manhãs lindas demais, muito sol, risadas altas que cortavam o silêncio dos domingos. Sempre ouvindo alguns rocks, e entre um beijo e outro um sorriso (detalhe este que é o mais charmoso do universo!). Era assim.
Depois de intempestivos dias de não sei o quê, de filosofias da neurose, do espaço doentio da cidade, de contravenções da felicidade a música parou de tocar. Eu vestia uma camiseta com os dizeres "Baby, I Love You" e sempre mostrava. Mas nenhuma resposta. Parecia somente um "obrigado". Do alto do prédio jogava flores. Que bom que elas serviram aos protestos na rua. No meio destes manifestos fiz meu cartaz com os seguintes escritos: "Não são pelas manhãs do domingo, são pelos outros seis dias de beijos de risinho aberto." Tanta gente solidária aos meus apelos, menos você. Passei a escrever no relento, ao meio-dia, na parada de ônibus, no alto do prédio. Até a exaustão. Para aliviar minhas pressões desse amor hipotecado agora de um não-querer. Não somos proprietários um do outro, mas morava aqui comigo saudades antecipadas de um futuro que não cheguei a ver. Não tem problema: o amor quando se desdenha pode até aplacar a dor, mas vigora sempre um quê de esperança. Eu sou das antigas, ultrapassado. Um fragmento do tempo que ficou aqui pausado no conceito de amar. Com licença, preciso voltar a escutar Gal, cantando só para mim, Baby.

Para acompanhar na leitura...

https://www.youtube.com/watch?v=D0W2tbTrKLw

Um comentário:

João Damasio disse...

Rapaz, quanto tempo não leio seus textos. Bonito e engraçado... tantas correlações e analogias exatas, para não dizer, contextualizadas, hehe.

Abraço forte!