domingo, 10 de janeiro de 2010

No tempo da veloz-cidade



Num prédio, um homem de trajes elegantes bate a porta do apartamento 304.

Do lado de dentro , Pilar ouvia Amy Winehouse cantando "Me and Mr. Jones" embriagada de wisky barato. Foi abrir a porta.

-Eu já falei que não queria que você viesse mais me ver, seu filho da puta. Eu não esqueci não...

A moça fechou a porta e em silencio o moço de fino trato saiu pelo elevador.


Na Praça Roosevelt, uma travesti fala pra um passante:

-"Ei, vamo brincá?!"

Com um fone no ouvido passou o mocinho , indiferente a pergunta da profissional da noite.


Na casa ao lado, uma mãe grita;

-"Vem jantar Arnaldo! Tá esfriando tudo"

E ele vai, esfregando a barriga, confirmando ao apelo estridente.


Tomás e Elis terminam o namoro na esquina


Os moleques da rua negociam a partida de futebol traçando uma justiça de regras que na vida jamais conheceram.


A secreatária está na estação com a meia furada e as pernas cansadas.

-"Que merda, cadê a porra desse trem?"


Termina a missa, umas pessoas saem comendo pipoca.


Gente rica, gente pobre, tudo na mesma avenida... O fluxo não para. O movimento é assim.


Recorto da paisagem, uma noite na cidade. Ponto.
Fonte da imagem: De Iara Abreu, disponível em http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.jornalaldrava.com.br/images/gif/iara_urbano_ no dia 10/01/2010.

2 comentários:

A. T. disse...

Bem legal o tipo de roteiro que vc utilizou, contando diversas histórias ao mesmo tempo, como que num emaranhado de contos. As histórias e os acontecimentos são bastante naturais em nossas vidas também.

Até mais.

João Damasio disse...

Cidade grande né... e cada vez mais cheia de gente, portanto de histórias e consequentemente de influências e convivências.

veloz-cidade ainda tende a aumentar bastante.