domingo, 25 de janeiro de 2009

Eu disse que tinha medo do fim

Só posso reafirmar e constatar o que ja tinha escrito antes. Terminar, findar, essas palavras terminadas com AR me matam. São dolorosas porque amAR também tem o mesmo fim. O mesmo fim AMAR e TERMINAR. Parecem que nunca conseguiremos fazer essa dura relação até que elas aconteçam. Nestes dias em que todos que me acompanham percebem um quê de autobiografia nos meus textos, compartiho mais uma vez um pedaço da minha vida em que falo de amor (este que eu custei ter) e que agora tem que conviver com a difícicl tarefa de dizer que terminou. O amor não termina da noite pro dia. Ele pode e vai ganhar outras nuances, daquelas as quais dedicamos para amigos. Mas nunca com o mesmo toque de intimidade, com o mesmo empenho de quando diziamos felizes que estávamos em graça. Junto com amor e fim temos a mediação da nostalgia. E é exatamente neste ponto que dói mais, porque ele tem as marcas do começo gostoso, do começo que a gente jura que não vai ter fim. Aliás fim é a palavra que nem se cogita porque toda entrega que é verdadeira é cega. A cegueira mais potente da vida, mas que tem cura. E não adianta: não tem palavra que me console, não tem palavra que consegue agregar o tamanho deste momento. Hoje também estou pessimo para escrever, habitualmente não escrevo coisas assim sem que tivesse ao menos um refino de estilistica literária, mas como tudo que eu faço está direcionado com minha vida, estou fazendo uso da objetividade, esta, que sempre luto em conter no que faço da minha arte de escrever. Aos meus amigos, poucos e bons que valiosamente dão o sabor da sua crítica, compartilho com vocês: estou vivendo o luto. Sem forças maiores para escrever, despeço-me, porque de vocês eu não termino.

3 comentários:

João Damasio disse...

Pôxa Gadiego, ainda assim acho que vc manteve um bom estilo literário de escrita.
E esse seu ser direto no relato de seu eu... em uma parte do detalhe da uma autobiografia constituído neste blog.

Continue dando o ar da graça com seus textos. Inspiradores, mesmo quando tristes.

abraços, do amigo, JD.

A rede de educação ambiental de goias disse...

Oi meu amigo, obrigado por compartilhar o que sente. E imagino o quanto seja difícil para ti. Mas seguimos juntos,lutando. Saiba que vc tem amigos que te amam. No plural, para não terminar com AR.

Abraços,
Diogo.

=/ disse...

Compartilho do medo do fim, compartilho de tantos sentimentos aí
(guardados nesse seu coraçãozinho)

Queria poder sentar com você debaixo de uma árvore, mascar chiclete e lamuriAR da vida dolorida!

;)

Saudades da sua presença!
É bom ler alguém que faz "sentido" nas palavras!